O Autismo é a desordem do desenvolvimento que figura em primeiro lugar nos atendimentos do Serviço às Desordens do Desenvolvimento do Sistema de Saúde Americano, sendo mais comum que Síndrome de Down, Diabetes Infantil e Câncer Infantil. Nos últimos 4 anos a síndrome cresceu 97%. Estima-se que 70% de toda a população de autistas tem agora menos de 14 anos de idade e as últimas referências estatísticas de 2014 fazem alusão de 1 autista a cada 42 nascimentos.

Estudos apontam para uma origem biológica, de base genética, que determina alterações na bioquímica e morfologia cerebrais, alterações metabólicas orgânicas e distúrbios nos sistemas gastrointestinal e imunológico dos pacientes. Mas apesar de todo avanço científico existente, o diagnóstico continua sendo exclusivamente clínico.

Homeopatia

O uso de fármacos visa controle de sintomas específicos como a insônia, a hiperatividade, mutilações, agressividade e outros. Portanto, a individualização é a forma de determinar tanto o diagnóstico como a melhor forma de tratamento.

A abordagem homeopática dá a vantagem de conseguir “repertorizar”, ou seja, traduzir sintomas em linguagem homeopática:

  • Hipersensibilidade a texturas;
  • Sensibilidade a sabores;
  • Sensitivo, não coloca a mão e não se suja;
  • Dificuldade de interação social, criança não olha a mãe ao mamar;
  • Não beija quando solicitado, resistentes ao toque;
  • Muito resistentes ao aprendizado e fazem sempre tudo igual;
  • Não tem noção de perigo: objetos cortantes, chave de casa;
  • Querem rotina sempre: alimentar, trajetos, mudanças fazem crises pois se desorganizam;
  • Estereotipias: flaping, gira em torno de si mesmas;
  • Raiva e agressividade;
  • Solidão autística e insistência na mesmice;

Ao nos depararmos com um quadro clínico tão polimorfo, separamos os sintomas a tratar. Quanto mais raro e peculiar, mais eficaz será o medicamento. Sintomas comuns como falta de atenção, nos oferecem uma quantidade infinita de medicamentos. Então daí vem a importância da história e coleta de sintomas, ser muito minuciosa.

A Lei da Semelhança, um dos pilares da homeopatia, foi descrita pela primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina (460-377 a.C.), como uma observação cuidadosa, seguida de repertorização de sintomas, que deverá levar a um grupo de medicamentos homeopáticos, individualizados para cada caso, que usados corretamente diminuem as manifestações da doença.

A homeopatia é uma especialidade médica onde não se trata a doença, mas o indivíduo que adoece como um todo, aguda ou cronicamente.

Estudo com homeopatia

Dr. Tinus Smits estudou Homeopatia em 1986 e ensinou Homeopatia durante 24 anos em diferentes países em todo o mundo, até falecer em 2010. Ele fez uma pesquisa com resultados positivos com mais de 300 casos de pacientes autistas. Ele desenvolveu um método para tratamento de pacientes diagnosticados com Transtorno de Espectro Autista (TEA), denominado CEASE Therapy (Complete Elimination of Autistic Spectrum Expression).

Nesta terapia, todos os possíveis fatores causais são eliminados com substâncias homeopaticamente preparadas. Ele descobriu que as crianças com TEA não sofrem de apenas uma única causa ou intoxicação, mas sim de um acúmulo de causas e intoxicações/imprints diferentes. Segundo ele, Autismo é uma doença multifatorial.

Portanto, considerando a discussão sobre a medicação das crianças autistas, o uso da homeopatia deverá atenuar sintomas e estereotipias, diminuindo a quantidade de fármacos utilizados.

Não é um tratamento fácil e nem rápido, mas com certeza já de início é possível se notar visíveis melhorias.