ser mulherTraumas vivenciados durante a infância podem refletir no desenvolvimento de algum aspecto da vida adulta deste indivíduo que sofreu essa situação. Era isso que o criador da psicanálise Sigmund Freud defendia com a descoberta do inconsciente. O que isso poderia influenciar, então, no processo da educação dos filhos e da maternidade? Essa afirmação gerou certo receio e ansiedade nas mães. Até porque a presença materna influencia muito nessa etapa de vida do pequeno, que absorve a voz, expressão do rosto, gestos e movimentos mais sutis, entre outros aspectos que configuram cerca de 80% dessa comunicação inicial.

Esse vínculo materno construído inicialmente deve ser rompido em algum momento para que a criança, então, perceba que há um mundo no entorno dela e que é possível buscar outros laços afetivos além da genitora. Entender todo esse processo influencia muito em ser mãe atualmente, porque toda atitude é pensada levando em consideração a consequência futura. Nesse caso, se a mãe for muito protetora com o filho, vai reforçar a ideia de um apego excessivo. Por outro lado, o pouco contato vai refletir também em problemas na vida do pequeno.

A missão da maternidade moderna é justamente buscar um equilíbrio entre as formas de relação e os vários campos de atuação, como trabalho e também maternidade. Esse é um processo contínuo, demorado, mas que pode contribuir imensamente para a vida de um adulto pleno, feliz e saudável. Buscando auxiliar o leitor com informações pertinentes a este assunto o blog Homeopatia e Saúde, vinculado à Clínica Similia, do Dr. Ariovaldo Ribeiro Filho e também a Dra. Ana Lucia Dias Paulo, que é pediatra e homeopata, apresenta aqui dados relevantes sobre o tema.

Mudanças

k19229617Em um momento da vida chegamos a refletir: como é que nossas avós e bisavós davam conta de criar tantos filhos? Não raro eram cinco, dez proles em uma casa. Atualmente, segundo um levantamento do IBGE, o número de filhos por família é de 1,6. Muitas mudanças ocorreram ao longo dos anos e as dificuldades também parecem ser outras, até mais complicadas, porque a vida moderna impõe que a mulher concilie a vida profissional – que antigamente era restrita ao lar – o trabalho doméstico, o relacionamento com o cônjuge e a responsabilidade adicional de criar o filho.

O impacto dessa transformação pode ser ainda maior se a gravidez não foi planejada, o que ocasiona uma verdadeira mudança brusca no comportamento e também padrão de vida da mulher – por isso se faz tão importante ter o apoio incondicional da família nesse momento. Ter um bebê a caminho é a certeza de que tudo o que foi trilhado até então terá de ser readaptado para a nova realidade.

Em contraponto, quando a gravidez é algo planejado entre o casal, pode gerar mais felicidade que desespero como a situação anteriormente descrita em um primeiro momento pode causar. A preparação já foi computada e as mudanças são menos bruscas, porque os pais já estavam se preparando para este momento.

Necessidade

Chegar a esse equilíbrio pode ser muito difícil, até porque não sabemos qual é o limite ideal de atenção dispensada ao filho, não é mesmo? Criar outro ser humano, sendo responsável por sua educação e desenvolvimento, é de uma responsabilidade tremenda, principalmente porque não há fórmula mágica ou um manual de instruções que nos auxiliem nessa missão. A tarefa dos pais é descobrir, no dia a dia, o melhor caminho para criar seus filhos. Para as mães existe um processo mais complicado em relação a isso porque o vínculo é construído desde a gestação, uma vez que ela carrega no ventre a criança por nove meses. Posteriormente, os pais também constituem vínculos mais fortalecidos.

Nesse ponto, embora a criança seja dependente de outras pessoas para sobreviver, é importante que ela desenvolva certa independência. Nesse ponto, são as pequenas dificuldades ou traumas e frustrações que vão contribuir com esse crescimento. Causar esse tipo de desconforto no pequeno, de não atender a todas as solicitações, é um caminho inclusive saudável para o próprio desenvolvimento e senso de liberdade dele.

Conciliação

Trabalhar fora é completamente normal hoje em dia para as mulheres, e é importante se preparar para o final da licença maternidade, quando as diversas atividades desempenhadas começam a voltar para o lugar. Não se culpe por ter de deixar a criança aos cuidados de outras pessoas ou não tente compensar sua ausência em decorrência do trabalho com presentes em excesso ou muita liberdade para que o filho faça o que bem entender. Há outras formas de conciliar esses aspectos da vida sem prejudicar o desenvolvimento dos pequenos, sem deixar de lado os dois sonhos, de ser uma profissional bem-sucedida e mãe. Qualidade do contato com os filhos é mais importante do que quantidade.